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DR. FRANCISCO JOSE L. DE SÁ | |
Veterinário formado pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro - 1992 | |
Sócio proprietário da Veterinária Ribeira |
Escolha do Filhote... | Como escolher e adestrar seu cão | Filária (Verme do Coração |
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Escolha do
filhote e seus primeiro cuidados
Quando
escolhemos um filhote é muito importante considerar o espaço físico onde ele
vai ficar e qual é a raça ideal para o que queremos. Donos que não tem tempo
para exercitar o cão não devem comprar um animal que necessita exercício,
como o Labrador, por exemplo. Outro cuidado que devemos tomar é sempre escolher
um animal com pedigree se quisermos um cão de raça pura. Cães com pedigree são
garantidos quanto ao seu temperamento natural. Já vi lindas ninhadas de
Rottweiller com Labrador que pareciam Labrador capaz de enganar qualquer
entendido, porém não sabemos como eles irão se comportar como cães adultos.
Quem garante que não atacará uma criança amanhã? Pastores Alemães são
confiáveis já que os indivíduos agressivos não são usados para reprodução.
Se
você quiser um cão para companhia mas não pode gastar muito dinheiro para
comprar um, temos os nossos queridos vira-latas ou SRD (sem raça definida) que
podem ser cães maravilhosos. Entretanto se você quiser um cão para guarda ou
outra qualquer função definida não
podemos esperar deles um bom serviço pois eles não foram selecionados para
isso. Digo sempre aos meus clientes que o vira-lata normalmente é o cão mais
inteligente porque o “burro” morre atropelado (não olha para os dois lados
quando atravessa a rua). O vira-lata clássico atravessa ruas sem ser atropelado
e tem uma simpatia tamanha que consegue comida com todos. São estes que se
reproduzam gerando cães resistentes e com inteligência acima da média. Se você
optar por um filhote “dessa raça” entre em contato com a SUIPA (www.suipa.org.br)
que eles tem cães maravilhosos para doar.
Quando
adquirir um filhote, fuja das dicas do vizinho e leve-o primeiro a um veterinário
de sua confiança. Ele será o “pediatra” do seu cachorro e o orientará da
melhor forma possível.
A
prevenção quanto à saúde do seu animal é importantíssima. O veterinário
preparará seu filhote para a vacinação e o exame de fezes indicará o melhor
vermífugo ou se há necessidade de tratá-lo contra algum protozoário. A
vacinação deverá ocorrer entre
45 a 70 dias e ele receberá uma dose de vacina anti-rábica
e três doses de vacina Polivalente em intervalos definidos pelo Veterinário.
Entretanto o filhote só ficará totalmente protegido após receber a
terceira dose da vacina polivalente. Antes disso o cão não poderá passear
pela rua pois corre o risco de pegar uma virose e morrer.
A alimentação deve ser oferecida três vezes por dia, em quantidades especificadas pelo fabricante da ração própria para filhotes. Esse tipo de ração deve ser oferecido até o filhote completar um ano. Após um ano ele poderá consumir a ração para cães adultos. Não é necessária a suplementação de vitaminas e cálcio em filhotes que se alimentam com ração de qualidade. Não devemos dar comida caseira a nossos filhotes pois além de desequilibrar a ração, alterar a consistência das fezes e favorecer a formação de tártaro, deixa o animal manhoso para comer. Os biscoitos caninos são permitidos entre as refeições.
Lembre-se que o cão não
pediu para ir para a sua casa, portanto agora que você o comprou ou ganhou deve
proporcionar exercícios e carinho para que ele tenha
temperamento e saúde satisfatórios.
Se você optou por ter um cão
de guarda ele deve ser criado em contato íntimo com a família pois já houve
de casos de roubos em que o cão nada fez contra o ladrão pois foi simplesmente
adestrado para não entrar na parte interna da casa.
Os
cães de apartamento quando não são acostumados a usar o jornal para as suas
necessidades devem ser levados à rua, faça chuva ou faça sol (nos próximos
15 anos) para fazer suas necessidades. Não esqueça de levar um jornal para
recolher as fezes.
A
escovação do pêlo é mais importante que o banho. O banho, quando necessário,
deve ser feito utilizando-se sabão de glicerina para evitar qualquer problema
com a pele. Não façam como um
cliente que me confidenciou que dava banho todo dia em seu cãozinho usando seus
próprios shampus e ele não parava de feder e apresentava uma pelagem horrível
enquanto o vira-latas da vizinha só tomava banho quando chovia e a pelagem era
linda.
Lembre-se
que o seu cachorro precisa fixar o cálcio nos ossos e para que ele seja fixado
no organismo precisa de Vitamina D. Nada melhor que o sol para isto. Portanto
exponha seu cachorro ao sol pelo menos 15 minutos por dia.
Termino
por aqui sabendo que o assunto é muito vasto, mas pretendo ao longo dos próximos
contatos ir esclarecendo suas dúvidas para
que vocês possam dar melhor qualidade de vida aos seus amigos caninos.
Como Escolher e Adestrar o seu cão |
Com
muito prazer fui convidado a escrever esta coluna mensal sobre saúde e manejo
de cães. Primeiramente deixe que eu me apresente: sou Dr. Francisco José, sócio
proprietário da Veterinária Ribeira, especialista em clínica de pequenos
animais.
Antes de começar a explicar
assuntos diversos sobre cães, gostaria de abordar alguns pontos essenciais para
um convívio positivo entre Homem e Animal. Ao adquirir um cãozinho como animal
de estimação, devemos tentar responder algumas questões que irão nos dizer
se temos ou não a real condição de manter um cachorro como animal de estimação.
Elas são:
1 – TEMPO – Ter um
cachorro requer disponibilidade de tempo mínima para passeios diários que serão
importantes para a saúde física e mental tanto do cão quanto do dono.
2 – CONDIÇÃO FINANCEIRA MÍNIMA
– Ter um cachorro representa alguns gastos fixos com ração, vacinas, idas
periódicas ao veterinário, produtos de higiene, etc. Preocupando-se com uma
correta profilaxia, teremos pouca dor de cabeça e só alegrias.
3 – ESPAÇO FÍSICO E
ESCOLHA DA RAÇA – O bom senso e o pleno conhecimento das raças é condição
importante para eliminar dissabores. Primeiro temos que ter em mente a
finalidade de ter um cachorro. Se é companhia, guarda ou ambos. Devemos também
avaliar o espaço físico disponível para o cão. Não se pode manter, em condições
ideais, um Labrador ou um Pit Bull num apartamento de quarto e sala e com piso
escorregadio. Por isso, vejo em minha clínica
diariamente tantos animais com problemas de saúde e desvios de personalidade.
4 – CONSCIÊNCIA – Um cão
de estimação ao entrar em sua casa irá se tornar um membro da família e
refletirá no seu comportamento, a forma de como é tratado e lhe fará
companhia pelos próximos 15 anos em média. Portanto é uma decisão que deve
ser tomada com reflexão e não na porta de uma “Pet Shop”.
Concluindo: Adorei a
oportunidade e espero que com estas minhas advertências possam ajudar a
diminuir a quantidade absurda de animais que são diariamente abandonados nas
ruas e nas instituições que os acolhem. Agora, se você considera seu animal
como um amigo ou mesmo filho (a) aguarde que estarei sempre aqui dando dicas
valiosas sobre saúde, manejo e tudo mais que for necessário para que o seu cão
se torne o mais feliz e saudável das redondezas.
A
dirofilariose canina é uma doença fatal para os cães e é causada pelo
parasita “Dirofilaria immitis” que se aloja no coração e artérias
pulmonares dos animais. Os mosquitos sugam sangue de animais contaminados, picam
os cães, transmitindo a forma infectante da larva que, se tornará adulta e se
localizará no coração causando uma série de desordens no organismo e
terminando por matar se não for tratada a tempo.
Restrita
às regiões litorâneas e
serranas no passado, agora está sendo detectada em várias regiões do Brasil.
Existe uma grande incidência nos Estados do Rio de Janeiro (Região dos Lagos),
de São Paulo (Região de Bertioga) e no Nordeste. A grande preocupação dos
veterinários é que a maioria dos
cães infectados não apresenta sintomas até que a doença esteja em estágio
avançado.
Entretanto
alguns animais apresentam sintomas como: tosse crônica; apatia; falta de resistência
a exercícios; cansaço e perda de peso e devem servir de alerta para os seus
donos uma vez que esta doença é considerada uma zoonose. Ou seja, pode ser
transmitida para o ser humano.
A
prevenção é simples. A partir dos 3 meses deverá ser aplicado um
medicamento (várias marcas no mercado) que irá manter uma quantidade
suficiente do princípio ativo na
corrente sanguínea que, matará a larva antes de se localizar no coração.
Assim sendo quando o mosquito picar seu cão ele já estará protegido.
Cães
com mais de 7 meses devem tomar o preventivo após fazer exame sorológico para
saber se já não são portadores da doença. Não existe problema algum se o cão
portador tomar o remédio, pois o
medicamento só age na forma larvar e não na forma adulta que possui um
tratamento específico. Porém atrapalhará no diagnóstico futuro da doença.
Tem
sido utilizado, como preventivo, de forma experimental,
uma injeção de bovino que não foi
aprovada nos E.U.A pois não se
sabe seu efeito colateral a longo prazo. Fora isso não se sabe comprovadamente
a real eficácia da forma injetável como profilático. Na dúvida nem pensar.
Como
sugestão nossa, uma vez que,
o tratamento nem sempre é possível, a prevenção é o melhor negocio.
Procure logo o Veterinário de sua confiança pois ele irá orientá-lo(a) da
melhor forma de prevenção.
Controle de Parasitas Externos ( Pulgas e Carrapatos)
PULGAS
Uma
das dúvidas que mais freqüentes no dia-a-dia de uma clínica veterinária
refere-se ao controle de pulgas e carrapatos. Esses parasitas podem causar
grande incomodo ao animal, provocando várias doenças tais como anemia e
patologias (doenças) de pele, além do incômodo causado pela coceira. A pulga
é o inimigo número um do canino urbano. Uma grave doença que a pulga pode
causar é a Dermatite Alérgica pela Pulga, conhecida no meio clínico pela
sigla DAP. Uma única pulga num cão sensível pode provocar um
processo alérgico de grandes proporções com doloroso desconforto ao animal.
Dependendo da infestação o cão pode ficar anêmico. Outra conseqüência do
ataque de pulgas é a transmissão da tênia (Dipylidium Caninum). Isso ocorre
caso ela for engolida quando o animal estiver se coçando.
É bom
esclarecer que o tratamento contra uma infestação de pulgas somente dá
resultado definitivo pela eliminação das pulgas do cão e de sua casa. Saiba
que 95% da infestação das pulgas está sob a forma de ovo
(larva-pupa) que são resistentes a quase tudo. Grande parte dos produtos
vendidos no mercado somente atua somente matando as pulgas na forma adulta.
Inicialmente ocorre uma melhora aparente mas em futuro próximo aqueles ovos
mais resistentes e localizados nas frestas dos tacos ou nos tapetes, eclodem com
força total e o ambiente volta a ficar infectado. Para acabar de forma
definitiva com a infestação existem alguns produtos no mercado com esse
objetivo. Chamo a atenção de que as empresas de detetização ainda não são
eficientes ao ponto de eliminar totalmente as pulgas porque o produtos usados
por eles somente atacam a forma adulta da pulga. Uma grande arma das donas de
casa é o nosso velho e bom aspirador de pó que atua de forma bem eficiente
eliminando as larvas das pulgas dos sofás, frestas dos tacos, tapetes, etc..
O
carrapato também pode transmitir inúmeras doenças chegando a levar o animal a
morte, caso não for tratado a tempo. Além das doenças transmitidas ao cão, há
igualmente casos de enfermidades causadas ao ser humano, de difícil diagnóstico
se o médico não estiver familiarizados com doenças tropicais. As mais
conhecidas doenças transmitidas aos cães são a babesiose
e a eliquiose que possuem um quadro clínico típico e são
diagnosticadas através do exame de sangue. A babisiose
provoca uma anemia no animal pela destruição das suas hemácias (glóbulos
vermelhos) por parte dos carrapatos. O tratamento específico nesse caso pode,
em algumas ocasiões, exigir
transfusões de sangue. Por sua vez a erliquiose
causa febre alta (+40 C) intercorrente, ou seja, temperatura alta intercalada
com temperatura normal ao longo do dia. Também causa a destruição de
plaquetas do sangue alterando sua coagulação. Pode ainda levar à nefrite e
outras manifestações. Geralmente
o cão nos chega ao consultório com hemorragia nasal (epistaxe) e apresentando
uma febre que não responde aos antibióticos padrão. Há tratamento mas tem
que ser diagnosticado a tempo.
A profilaxia ao carrapato consiste em evitar ao máximo o contato do seu cão com o carrapato. Esclareço que não é todo o carrapato que transmite doenças contagiosas, somente aquele que sugou o sangue de um animal doente. Na dúvida não deixe que seu cão seja atacado por carrapatos. Tal qual as pulgas, o mais problemático é que se o cão tem carrapato é por que o parasita também está no ambiente (paredes e frestas).
Um tratamento eficiente consiste em tratar o animal com o produto indicado pelo veterinário e principalmente exterminar o carrapato do meio ambiente. Pode-se usar um carrapaticida de bovinos mas tome cuidado de não aplicá-lo diretamente no cão pois pode matá-lo. Finalmente não leve seu cão a locais sabidamente infestados e evite ter gramado em sua casa pois este meio é propício a carrapatos. Como um último conselho, faça um hemograma no seu cão duas vezes por ano caso ele permaneça exposto a locais contaminados por carrapatos.
Esta
raça, relativamente recente, chegou no meio cinófilo e rapidamente se
popularizou de
forma explosiva
desbancando as raças mais populares.
Ela
é uma derivação da antiga raça Buldogue, amplamente utilizada em rinhas
contra ursos, touros e até macacos maiores. Quando chegou aos Estados Unidos,
esse esporte foi proibido, embora a rinha envolvendo cães tenha continuado. O
antigo Buldogue, por ser pouco ágil, foi cruzado com o Bull Terrier,
surgindo então o American Pit Bull Terrier, conhecido no Brasil
como Pit Bull. É uma raça muito fértil, com ninhadas de 10 a 13
filhotes, o que torna o preço dos filhotes bem acessível. Atualmente é possível
se encontrar filhotes à venda ao preço de R$50,00/R$100,00. Claro que o
preço baixo facilita a aquisição dos filhotes. dessa raça, por
pessoas sem condição financeira para criá-los. Muitas
vezes esses animais não serão vacinados e o corte de suas orelhas será
feito sem o auxílio de um veterinário. Se perto dos três meses de vida esse
filhote por criado para atacar outros animais e pessoas seu dono terá um
monstro nas mãos.
São
animais rústicos,
fortes e com amor pelo dono desde que criados e treinados de forma adequada.
Embora eu tenha consciência que essa raça tem um gatilho genético para briga,
bem adestrada pode ser uma excelente raça de defesa. Basta
para isso que
eles sejam socializados o mais breve possível com outros cães e sempre
criá-los sozinhos. Ou seja, quer ter mais de um cão crie “poodles ou cockers”,
não crie um Pit Bull.
Já
me deparei, em meu consultório, com exemplares adultos dessa raça, bem mansos
e carinhosos. Ao contrário do que acontece quando atendo filhotes trazidos por
donos quase sempre das mesmas “tribos”. Ou são Bad Boys insanos perguntando
por bombas e/ou corte de orelhas ou garotos bem pobres sem condição de se
manterem e muito menos manterem um animal. Aliás, esta raça cai como uma luva
para pessoas
com algum desequilíbrio e sem formação moral, que exteriorizam,
através do animal, toda a agressividade reprimida, seus complexos e
frustrações. Ou seja, uma raça maravilhosa, com personalidade forte que
treinada para ser agressiva torna-se uma arma perigosíssima.
Há
também os cruzamentos irresponsáveis, entre parentes, (consangüinidade). Este
cruzamento gera
animais mais propensos
a desenvolver problemas de pele tais como a demodicose e a atopia alérgica.
Na minha opinião este pode ser o grito de socorro da raça.
Este
animal precisa, também, ter espaço para se exercitar. Não pode ser criado em
apartamentos. Os donos de Pit Bull devem ter consciência que este animal
tem potencial para ser excelente cão de guarda e companhia mas com esse gatilho
genético. Precisa ser bem adestrado, tratado com carinho e sem violência. Por
ser um animal pré-disposto às brigas deve passear sempre com guia e mordaça
para evitar contratempos. O Pit Bull não foi desenvolvido para ser
pastor de ovelhas nem
atuar em cinema como a raça Collie. Foi desenvolvido para brigar
e briga bem. É a mesma coisa que pensar num pugilista como inspetor de colégio
suportando toda a pressão dos adolescentes.
Não
é matando o Pit Bull ou outro qualquer animal de raças ditas agressivas
que resolveremos o problema. Precisamos de legislação específica que só
permita
a posse desses animais por pessoas maiores de idade, com responsabilidade
civil e criminal, assim como órgãos que permitam ao cidadão comum a denúncia
diante da constatação de maus tratos a esses animais.
Atualmente,
temos uma Lei Municipal, na cidade do Rio de Janeiro,
que institui um seguro de responsabilidade civil, obrigatório, para
donos de animais das raças DOBERMANN, PITBULL, BULL TERRIER, FILA BRASILEIRO e
ROTTWEILLER. Entretanto está sendo questionada na Justiça.
A
displasia coxofemoral nada mais é que uma malformação e degeneração das
articulações coxofemorais ou seja, o animal acometido não possui um perfeito
encaixe entre o osso da perna com a bacia.
Esse
é um problema genético (passado de pai para filho) que se acentua com o passar
do tempo, principalmente devido ao crescimento acelerado e ganho de peso do
animal, podendo causar pelo impacto, microfraturas, artrose, dor e até luxação
da perna. Existem vários graus de displasia e essa doença afeta principalmente
animais das raças de grande porte como Labrador, Rottweiller, Pastor Alemão,
Dogue Alemão, Fila e outros, podendo, também, afetar raças menores porém com
poucos sintomas clínicos.
Já
que não existe tratamento curativo e basicamente todas as técnicas servem
apenas para melhorar a qualidade de vida do animal, temos que tomar cuidado ao
comprar determinadas raças e exigir, do canil, atestado comprovando que os pais
não são portadores dessa malformação.
A
verdade é que a bagunça é generalizada e a maior parte dos cães vendidos no
Brasil não possui qualquer controle radiológico que possibilite impedir a
difusão desse mal genético.
Sinto
pena, pois muitos clientes chegam ao meu consultório com um filhote de Labrador
(a raça da moda) comprado de origem duvidosa que se submetido a stress de exercícios
pode vir a sofrer essa degeneração quando atingir a fase adulta.
Espero
que sigamos o exemplo de criadores alemães e americanos, instituindo um rígido
controle radiológico em todas as matrizes e reprodutores das raças mais
afetadas, excluindo da reprodução os animais afetados e assim impedir a projeção
galopante dessa patologia tão dolorosa para os nossos amigos caninos.
Uma dúvida muito comum dos meus clientes e acredito também de muitas pessoas é da necessidade ou não da castração dos animais de estimação.
Fora a questão ética de que temos que controlar a população animal canina e felina já que muitos filhotes não terão dono e o destino provavelmente é o abandono. Temos que só permitir a reprodução caso já tenhamos de antemão futuros interessados nos filhotes.
Gostaria também de romper definitivamente um tabu de que as fêmeas necessitam cruzar e ter filhotes para estar protegida do câncer. Esta lenda não tem qualquer comprovação científica.
A verdade é que se for castrada até 2 1/2 anos reduzimos a incidência de câncer em 45% e evitamos que venha a ter piometra. Patologia esta caracterizada por acúmulo de pús no útero que representa uma das maiores causas de cirurgia de emergência em cadelas e gatas.
No Brasil existe mais preconceito em castrar machos do que fêmeas mesmo sendo uma cirurgia mais simples. Isso se deve provavelmente ao nosso sangue latino machista já que na Europa não é assim.
Os felinos machos devem ser castrados a partir de 8 meses quando estiverem totalmente desenvolvidos e as fêmeas após o primeiro cio (6/7 meses). Nos caninos é igual, apenas o cio nas cadelas ocorre, em regra geral, no primeiro ano.
Apesar de divergências no meio, sabe-se que não devemos castrar animais antes de atingirem a maturidade sexual pois pode acarretar problemas de saúde, principalmente na área cutânea.
A grande dúvida dos donos de cadelas é a respeito do cio. Assim sendo passamos algumas informações básicas. É aconselhável não cruzar as cadelas no primeiro cio com exceção dos buldogues ingleses e franceses. O ideal é acasalar a cadela no segundo ou terceiro cio, mas sempre antes dos 3 anos.
A cadela normalmente atinge a sua maturidade sexual após um ano de idade e depois de apresentar cio de seis em seis meses.
Sabemos quando a cadela está no cio quando há um inchaço da vulva que dura de 4 a 5 dias. Depois se verifica uma perda de sangue mais claro que se torna mais escuro. Promova o acasalamento depois do 12º dia e antes do 17º.
Pouco tempo depois da cadela ter sido coberta, procure o veterinário que irá receitar alguns produtos que têm como objetivo evitar a "febre do leite", eclampsia e o nervosismo. Observe com cuidado as recomendações do veterinário relativas à dieta e os cuidados para mantê-la saudável, livre de infecções na pele, pulgas e carrapatos.
Geralmente a gravidez dura 63 dias excluído o dia do acasalamento. Entretanto há partos prematuros que ocorrem já no 58º dia. Se depois do 65º dias não ocorrer o parto, chame o veterinário.
Geralmente as cadelas fazem o trabalho de parto sozinhas, embora muitos donos e criadores gostem de ajudar. Se for esse o seu desejo solicite instruções, ao veterinário, de como proceder.
O ciclo estral da cadela é dividido em quatro estágios:
PRO-ESTRO - caracteriza-se pelo aumento da vulva e o aparecimento de secreção hemorrágica. Normalmente a fêmea não aceita o macho nessa fase. O macho só é aceito por volta do nono dia, quando se caracteriza o ESTRO (2º estágio). Observação: algumas cadelas não apresentam essa secreção hemorrágica durante o cio, o que é denominado CIO SECO.
ESTRO - fase em que a cadela aceita o macho (coito) e ocorre a fecundação. A duração desse aceite tem a duração média de nove dias. Observação: Após o fim do sangramento a cadela deve ser levada ao macho.
DIESTRO - nessa fase a cadela recusa o coito e dura um pouco mais de dois meses e termina com o parto ou sintomatologia de pseudociese (gravidez psicológica).
ANESTRO - Vem a seguir ao diestro e termina com o início do pro-estro do ciclo seguinte.
Observações finais
Hoje a veterinária está tão desenvolvida que através de dosagem hormonal se pode precisar o melhor dia para a cruza objetivando um maior número de filhotes.
Deve-se ter cuidado com a saúde dos reprodutores utilizados para a cruza, pois existem doenças sexualmente transmissíveis. Uma delas é a brucelose canina (leva à esterilidade) e a outra é o TVT (tumor venéreo transmissível). Ambos podem ser evitados através de um veterinário.
Não utilizar machos com menos de oito meses, pois além de ter baixa concentração de espermatozóides (poucos filhotes), pode ocorrer uma fatalidade rara de fratura do osso peniano.
A raça Basenji tem uma particularidade de entrar em cio uma vez por ano.
A Giardíase Canina é uma zoonose (doença transmissível do animal para o homem) que ganha cada vez mais importância como enfermidade freqüente em todo o mundo.
A giárdia é um protozoário no trato intestinal de vários animais mamíferos atacando principalmente a porção superior do intestino delgado . Sua transmissão ocorre através da rota fecal-oral (ingestão de cistos) que se rompem no intestino após a exposição ao ácido gástrico e as enzimas pancreáticas. Uma vez contaminado o animal elimina esses cistos nas fezes, após um período de aproximadamente duas semanas. Todo animal infectado, apresentando ou não os sintomas, eliminará os cistos configurando assim importante foco de contaminação.
Uma vez no ambiente os cistos podem sobreviver por longos períodos principalmente em lugares frios e úmidos em excesso, exigindo maiores atenções dos veterinários e donos dos animais.
Em seres humanos, a contaminação ocorre através da ingestão de cistos dos parasitas presentes na água, nos alimentos contaminados, pelo contato com fezes de animais ou de humanos contaminados. As principais vítimas são crianças pequenas e pessoas com o sistema imunológico deficiente. Mulheres grávidas devem ter muito cuidado para não se expor porque o tratamento é complicado na sua situação.
Essa doença pode provocar terríveis problemas intestinais nos cães debilitando seu estado geral e sendo um fator complicador quando associado a viroses que causem gastroenterite ( parvo e coronavirose ) e as maiores prevalências são encontradas em animais bem jovens, principalmente até um ano de idade. Embora muitos adultos são portadores assintomáticos.
Os sintomas mais comuns da doença são: fezes moles, odor fétido, dor abdominal e diarréia, desidratação, vômitos, cansaço, falta de apetite, perda de peso e anemia. Entretanto existem casos de animais que embora infestados não apresentam qualquer sintoma da doença. Uma vez levantada a suspeita de giárdia, devem ser feitos exames específicos de pelo menos três amostras de fezes( MIF ) para se ter segurança no diagnóstico.
O controle da Giardíase Canina deve ser baseado com medidas de higiene tais como: atenção para a qualidade de água oferecida para os animais e humanos; vacinação dos animais (vacina específica); controle do ambiente para evitar a re-infestação (lavagem com água sob pressão+ cloro, Lisoforme ou Amonex) e manter o hábito de lavar as mãos quando em contato com as fezes dos animais. Casos difíceis de se tratar deve-se aventar a possibilidade de contaminação da água ou acesso dos cães ao cesto de papel higiênico usado por pessoas contaminadas.
O exame parasitológico(MIF) deve ser feito pelo menos uma vez por ano em um laboratório de confiança indicado por seu veterinário.
Epilepsia: Uma realidade a ser enfrentada
De uns anos para cá, tenho atendido com muita freqüência cães com episódios convulsivos que fazem necessário o uso de terapia anticonvulsivante (Gardenal). Os cães em situação de "stress" desencadeiam uma convulsão e é muito comum acontecer em salões de tosa. Normalmente dura de 1 a 2 minutos, voltando ao normal em seguida.
Terapia com medicamentos é uma decisão que só tomo quando o animal passou por uma bateria de exames de sangue, onde descarto todas outras patologias orgânicas (hepatopatias, insuficiência renal, cinomose, etc) que levam também a quadros convulsivos. Depois de descartar todas essas possibilidades e se o animal estiver tendo mais de duas convulsões por mês, então estabeleço o protocolo de tratamento. Esse tratamento não impede o animal de ter convulsões mas diminue bastante a freqüência. A grande dificuldade é estabelecer a dose mínima que seja efetiva pois sendo uma droga metabolizada pelo fígado a longo prazo pode causar alterações hepáticas. Portanto o acompanhamento das enzimas hepáticas pelo veterinário é importante.
Alguns animais são resistentes à droga e se faz necessário associar com outras ou mesmo, tenho tipo bons resultados, um tratamento junto com homeopatia e com isso reduzir bastante a quantidade de medicamento.
Infelizmente às vezes somente o exame de sangue não é suficiente para fechar a causa da convulsão e se faz necessário exame de liquor e até tomografia para descartar um tumor.
Portanto ter um cão epilético não é o fim do mundo mas exige do dono presente se disponha a dar o medicamento duas vezes por dia por muito tempo assim como muitos pacientes meus que mantém seus cães dessa forma por muitos anos.
Ser ou não ser animal: Eis a questão!
Vejo de uns anos para cá um crescimento extraordinário do setor pet que viu no mercado dos animais de estimação um filão para conseguir muito lucro. Com isso passou a um processo de massificação de informações induzindo a um processo de humanização que faz com que os proprietários de animais se sintam obrigados a comprar determinados produtos totalmente desnecessários e muitas vezes danosos para os animais.
Passamos a nos sentir pela força da mídia péssimos "pais" pois não compramos a roupinha, o perfume ou mesmo o sapato para o nosso "filhinho". Para começar temos que rejeitar esse processo de lavagem cerebral consumista e tratar nossos "filhos" como cães e gatos que como tal merecem respeito. Os animais não precisam desses produtos mas de carinho e respeito. Vejo com pena cães com alergias cutâneas em função do uso insano de perfumes.
Quem quer ter animais tem que se conscientizar que eles têm cheiros próprios e o odor desagradável deve-se muitas vezes a umidade ou seja, tomou chuva e não foi corretamente seco. Já vi Husky Siberiano, que é uma raça habituada a temperaturas abaixo de zero, com roupa de frio em plena cidade do Rio de Janeiro e um Pastor Alemão, que no exército corre brincando 10 km por dia, passeando com seu dono com sapatos para "proteger os pés".
Graças a tudo isso cresce um mercado no meio veterinário o especialista em comportamento que trata animais. Animais esses com vários desvios de comportamento porque acreditam ser gente. O tratamento, normalmente, é infrutífero pois na verdade muitas vezes deveriam ser tratados "pais e filhos".
A
raiva é também conhecida como hidrofobia (fobia pela água) e é causada por
um vírus. Trata-se de uma doença incurável e fatal se diagnosticada após a
infecção e considerada uma das zoonoses mais perigosas. Ela é uma doença altamente contagiosa e
pode ser transmitida aos outros animais e aos seres humanos. O contágio
se faz através da saliva do animal contaminado através de mordedura.
A
infecção natural ocorre a praticamente todos os mamíferos domésticos. As
fontes principais de infecção do homem são os cães e em segundo lugar os
gatos.
Os
morcegos são, também, transmissores da raiva, principalmente os que se
alimentam de sangue de bovinos e suínos.
O período
de incubação da doença é de 10 a 2 meses e às vezes mais. A doença se
caracteriza por três fases. Na primeira o animal tem uma alteração de
comportamento. Gatos e cães normalmente dóceis e calmos se tornam nervosos, se
assustam ao menor estímulo, tentam a
se esconder em lugares escuros, perdem o apetite e o lugar da ferida fica
irritada. Na segunda fase eles vão se tornando cada vez mais agressivos e
tentam morder ou arranhar alguém que se aproxime dele. Apresentam uma salivação
intensa em decorrência da paralisia dos músculos de deglutição. O miado ou o
latido fica diferente devido a essa paralisia. Na fase final da doença o animal
apresenta convulsões, descoordenação muscular do tronco e membros e por último
a paralisia, o coma e à morte.
A
paralisia começa pelos músculos da cabeça e pescoço e o animal parece que
está engasgado, ao socorrer o animal o ser humano pode se contaminar.
Não
se conhece tratamento para a raiva depois que os sinais se revelem no gato, cão
ou ser humano. A forma mais eficaz é manter o animal
doméstico com a vacina anual sempre em dia e ter cuidado ao contato com
animais de rua que normalmente não são vacinados.
Como a
advertência final: se por acaso alguém for mordido por um gato ou cão com
suspeita de raiva deve manter o animal em observação por 10 dias.
Se por acaso esse animal morrer, nesse período, leva-lo ao Instituto de
Referências em Zoonoses, da sua cidade, para ser examinado e se for constatada
a existência da raiva começar imediatamente a aplicação das injeções.
SALÕES
DE TOSA: PODEM SER UM RISCO
A
intenção dessa matéria é servir como alerta dos riscos que seus
animais correm ao freqüentar salões de tosa e até para melhorar as
minhas observações construtivas.
Acredito
que devido ao alto crescimento desse mercado de tosa se faz necessário um
controle na formação dos profissionais que atuam nesse meio. Saber tosar
e banhar não é suficiente. O tosador tem que ter uma formação que
abranja inclusive microbiologia.
Os
micróbios por não serem vistos a olho nu, somente através de um microscópio,
passa-nos a impressão de que não existem. Entretanto se o tosador sabe
da sua existência, terá o cuidado de usar uma pinça esterilizada na
limpeza do ouvido do seu animal evitando assim a transmissão, de cão a cão,
de bactérias causadoras de otite e que na maioria das vezes se tornam bem
resistentes.
Lembro
que por mais que sejam limpas as instalações, o ambiente não é favorável
para a freqüência de filhotes não completamente vacinados.
Como
é um local onde circulam muitos cães, com todos os
tipos de tratamento, torna-se um local propicio a proliferação de
bactérias. Sempre tenha em mente que existem donos de cães que se
preocupam mais com a estética do seu animal do que com sua saúde e por
isso nem sempre tem cães saudáveis e que podem transmitir alguma doença
ao seu.
Portanto,
mantenha sempre seu animal vacinado e nunca o deixe esperando para a tosa
ou banho pois certamente ele pode pegar uma pulga ou carrapato do cachorro
ao lado.
Não
permita que se use cotonetes no ouvido do seu cão e muito menos que se
arranque pêlos do condutor auditivo a menos que seja orientado por um
veterinário que se responsabilizará pelo ato.
Esse
simples e inocente ato pode propiciar uma otite alérgica que poderá
evoluir para uma otite bacteriana.
Não
permita que o tosador
sede seu animal pois ele não está habilitado para isso e pode
matar ou causar uma convulsão em seu animal.
Para
aumentar a margem de lucro, muitas clínicas usam produtos de baixa
qualidade que podem causar problemas dermatológicos em seu cão. Se possível,
leve seu próprio xampu e toalha e não permita que coloquem perfume no
seu animal mesmo que ele não tenha histórico de alergia. Perfume foi
criado para humanos não para animais.
E,
finalizando, veja a reação de seu animal em relação ao tosador. Se o
animal mostrar agressividade, certamente o profissional não foi carinhoso
o suficiente.
Caso
contrário, se seu cão gostar dele, significa que está sendo bem tratado
e por isso valorize o profissional até dando uma boa gorjeta pois é ele
que cuida do seu melhor “au-amigo”.
Esta patologia do conduto auditivo é uma das maiores causas das
visitas ao veterinário.Podem ser causadas por várias causas : alergia,
ácaros, fungo, bactérias, corpos
estranhos, etc. A definição do agente é muito importante para poder
curar. A alergia é uma importante causa e não adianta somente usar um
produto otológico no ouvido se não houver um controle de exposição ao
alergeno. O primeiro passo do problema é descobri-lo. A grande maioria é
de origem alimentar e restringindo o animal somente à ração e
suprimindo os agregados já melhora bastante.É bom lembrar que nesses
casos o perfume pós-banho está proibido.
Sarna otodécica é um problema fácil de tratar, mas ao mesmo
tempo muito contagioso entre cães. É uma patologia comum em canis e seu
tratamento deve envolver todos animais do plantel. Este ácaro se alimenta
de cerúmen, causa grande irritação ao animal. A remoção desse cerúmen
associado a vários opções de tratamentos específicos resolve com
facilidade, mas é bom lembrar que os esquemas de tratamento devem
perdurar por pelo menos 21 dias para atingir todos estágios do parasito
caso contrário haverá recidiva.
As otites por bactérias ou fúngicas geralmente são
secundárias a outras causas. Raças como Cocker Spaniel com orelhas
pendentes ou com muito pêlo no conduto como do Poodle possuem condições propícias
para otite que são umidade e falta aeração. Portanto a limpeza com
produtos específicos e a depilação quando feitas por profissionais
consistem em ótimas medidas preventivas.
Lembro que qualquer produto instilado no conduto auditivo tem que ser
prescrito por veterinário, pois o uso indevido de antibióticos tem sido
a causa principal da presença de bactérias super resistentes que
atrapalham em muito o tratamento das infecções em cães. Deve se ter cuidado em
banhos de Pet Shop, pois materiais utilizados para limpar ouvidos não
esterilizados podem permitir a disseminação dessas bactérias
ultra-resistentes.
Esta é uma infecção causada por fungos comumente encontrados nos cães e gatos e se caracteriza por lesões arredondadas com perda de pêlo que podem ou não coçar.
Existe a possibilidade de transmissão para o homem principalmente para os imuno-suprimidos.
Nos animais, um dos fatores pré-disponentes é o excesso de banhos com produtos fortes (sabão de coco) que retira toda a oleosidade natural da pele que serve como barreira de proteção e assim favorecendo a contaminação quando exposto.
Este fungo é encontrado geralmente no chão mas, como já foi explicado, só contamina animais predispostos.
O tratamento baseia-se em xampus fungicidas nos casos generalizados, pomadas tópicas aplicadas nas micoses e o uso de remédio por via oral nos casos mais graves.
É bom lembrar que se deve caprichar na desinfecção do ambiente com cloro pois o pêlo contaminado no chão pode recontaminar o animal e assim prejudicar a cura.
Pessoas que sempre tiveram animais de estimação certamente já passaram por esta situação de ter que decidir pelo término da dor de um animal de estimação querido que se encontrava em doença terminal sem perspectiva de cura ou sem alternativas para minimizar seu sofrimento.
É uma decisão muito difícil que normalmente deve ser tomada em família
para que o ônus da "culpa" não seja de uma só pessoa.
Torna-se um dilema ético pois uma situação que seria resolvida
facilmente pela natureza que é dura com quem não consegue comer e se
proteger,torna-se um debate sem vencedores com defensores das duas
correntes que devem ser respeitadas.
A minha opinião é que o animal jamais pode sofrer e caso ele tenha um
proprietário contrário a esta prática tentarei oferecer todo meu
conhecimento para proporcionar qualidade de vida sempre lembrando ao dono
que nesta situação deve haver assistência 24h de enfermagem.
Na outra situação a eutanásia só pode ser efetuada por um Médico
Veterinário após passar pelo seu crivo ético da real necessidade e só
então feita dentro da técnica sem sofrimento.
Finalizando, o Veterinário jamais deve propor esta prática pois é um último
recurso em situações especiais que ele pode decidir por fazer ou não.
Cabe a ele principalmente esclarecer todos os pontos para que a decisão
seja a mais acertada.
Uma
das maiores preocupações que chega ao clínico é a catarata, mal que se
caracteriza pela opacificação do cristalino que é uma lente dentro do
olho.
Como
Clínico Geral ao ver uma catarata se formando ou já formada,
penso logo em todas as causas que induzem a sua formação.
Temos
como causas a herança genética, diabetes, espontânea (relacionada com a
idade) e outras causas mais complicadas que só passando por um
oftalmologista veterinário podemos fechar a causa.
É
mais importante estabelecer a causa do que a conseqüência em si que é a
catarata. Ou seja, antes de pensar em operar um cão com catarata por
hiperglicemia, tem-se que primeiro equilibrar sua glicemia com todo
arsenal terapêutico existente e só depois avaliar a possibilidade cirúrgica
por um especialista.
É
importante que o veterinário indique um especialista de fato.
Só
ele poderá dizer quando, como e se é indicado operar seu animal.
Como esclarecimento final não é indicado atrasar muito a cirurgia até o animal ficar cego de ambos os olhos. Pois o prognóstico é bom quando a cirurgia é feita no momento certo que é ditado pela avaliação do especialista.
Dr. Francisco José L. de Sá - clinicodeaves@yahoo.com.br
UNIÃO
DE FORÇAS PELO BEM DAS RAÇAS CANINAS
Estou
na cinofilia desde 82 lendo e vendo tudo acerca de raças caninas. Em 92
me formei em Veterinária com ênfase em clínica de pequenos animais.
Minha
experiência clínica e sensibilidade me dizem que deveríamos unir todas
as forças que militem no meio cinófilo (veterinários, criadores,
juizes, etc.) para alterar determinados padrões que só servem para
causar dor e desconforto aos animais. Como exemplo posso citar o excesso
de pregas dos Shar- pei (alegria dos cirurgiões e dermatologistas), olhos
esbugalhados do Shih-tzu (expostos a várias patologias oculares ),
buldogues que só nascem por cesariana, etc. Temos que promover um
movimento visando alterar padrões de raça visando qualidade de vida.
Já
existe o padrão americano, o inglês e quem sabe poderíamos evoluir para
ter o padrão brasileiro, visando o bem estar do cão com características
que busquem unicamente o bem estar deles.
OPINIÃO
PESSOAL E DEFINITIVA SOBRE O PIT-BULL
Todos
meus conhecidos conhecem a minha paixão por esta raça. Desde os
14
anos lia e relia tudo sobre cães como objetivo único de escolher a raça
dos
meus sonhos. Deveria ser uma raça de porte médio que me defendesse e que
soubesse se defender. Quando o vi pela primeira vez foi amor a primeira
vista. Passei a ler tudo sobre o Pit e mais tarde tudo de bom foi
confirmado pelos meus clientes. Definitivamente era a raça que sempre
busquei, mas o fato de sempre ter morado em apartamento sempre foi um
grande empecilho.
Então
aconteceu o que não esperava. A raça entrou na moda e filhotes passaram
a ser oferecidos por até C$ 50,00 e estes "proprietários" só
apareciam na clínica para perguntar preço de corte de orelha e jamais
para vacinar. Logo aprenderam eles mesmos a cortar orelha sem anestesia e
a suturar as lesões de rinha. Graças a Deus é uma raça rústica que
cicatriza rápido, resistente e que ama seu dono embora muitos não valorizem
isso.
Esta
raça maravilhosa passou a ser reproduzida em série, cruzando parentes próximos
e gerando indivíduos com tendência a problemas de pele (alergia e sarna demodécica).
Os reprodutores mais valorizados eram os bons de briga (matadores)
e com isso passaram a cruzar e a gerar indivíduos com predisposição a
odiar outros cães muito mais acentuado.
Todo
mundo passou a querer ter um Pit sem saber as responsabilidades de ter um.
Acidentes passaram a acontecer, crianças sendo atacadas, ameaças de
extermínio da raça e o principal nunca é falado que vou tentar falar
agora: O Pit Bull é uma raça maravilhosa que não é para todo mundo.
Adoro
motos e quem conhece a RD-350, conhecida viúva negra dos anos 80, pois
sua potência absurda não era para qualquer piloto. Muitos morreram
tentando doma-la. O Pit-Bull é a mesma coisa. Não é para menor de
idade, quem tem casa
com muro baixo (
Depois
de tantos anos de procura e achar minha raça mais que especial, vejo todo
este movimento para destruí-la
por causa de uma parte de “proprietários” irresponsáveis que
empurram todos para um mesmo "balaio". É uma raça especial
para pessoas especiais. Espero que aqueles que odeiam o Pit-bul por
desconhecimento mas que gostem de outras raças, saibam que hoje é o Pit
e amanhã será o Rottweiler, Pastor, etc..
Temos
que promover a posse responsável e responsabilizar o mau proprietário.
Acabar com a raça seria o mesmo que acabar com os carros para evitar os
acidentes automobilísticos.
Dr. Francisco José L. de Sá - clinicodeaves@yahoo.com.br
DEMODICOSE
CANINA – SARNA DEMODÉCICA
Esta
patologia de pele acomete, geralmente, animais jovens de
As lesões cutâneas se instalam quando há uma população excessiva de Demodex canis (um ácaro), um habitante comensal normal da pele dos cães.
Porém, o crescimento exagerado desse parasito está freqüentemente associado a um fator predisponente como: endoparasitismo, subnutrição, imunossupressão ou períodos de stress (cio, prenhez, cirurgia, transporte, vacinas, exposições....)
O animal pode apresentar áreas do corpo sem pêlo, avermelhadas, descamadas, hiperpigmentadas e se houver infecção secundária, poderá haver prurido.
Podemos visualizar o parasito em raspados de pele, através de microscópio e, a partir daí, começar o tratamento que deve ser acompanhado por um médico veterinário periodicamente para se avaliar a regressão das lesões e a melhora da imunidade do animal, embora esse permaneça portador, devendo ser retirado da vida reprodutiva visto que poderá transmitir tal característica para ninhada.
Nesse caso é indicada a castração, não somente para evitar a transmissão da característica de portador, mas apara evitar o stress cíclico de um cio em que a pele piorará muito. No caso dos machos o stress da tentativa de uma cruza também pode ser eficiente para abaixar sua imunidade e manifestar os sintomas da demodicose que podem até então estar assintomática.
Existem
tratamentos e métodos preventivos para mantermos o animal que tem
demodicose com pele equilibrada, sem infecções sérias e conseqüentemente
um amiguinho feliz.
Dr. Francisco José L. de Sá - clinicodeaves@yahoo.com.br
Pancreatite Aguda Canina e Felina
O pâncreas é um órgão muito importante, tanto na função endócrina (produção de insulina) quanto na função exócrina (produção de enzimas para digestão de alimentos). Uma lesão nesta porção exócrina do pâncreas (traumatismo), excesso de ingestão de gorduras (cães) e até ingestão de algumas drogas podem desencadear um processo de pancreatite aguda.
O quadro clínico é caracterizado principalmente por vômitos e dor
abdominal intensa. O diagnóstico é um desafio para o veterinário pela
escassez de exames laboratoriais específicos e diagnósticos por imagem
mais apurados.
A morte é inevitável se não for atendido rapidamente e o tratamento se
baseia em descanso do pâncreas (4 a 5 dias sem comer e beber). Só
soroterapia, antibióticos e anti-heméticos. Quando há necrose, deve-se
fazer a cirurgia.
Minha experiência clínica é maior em gatos com esta patologia e o
diagnóstico é favorável quando trazido a tempo e o temperamento do
felino permita o tratamento.
Claro que deve-se inicialmente descartar o surgimento de um tumor.
Dr. Francisco José L. de Sá - clinicodeaves@yahoo.com.br
ENVELHECIMENTO: Todos que puderem chegarão a melhor idade de forma boa ou não, dependendo da forma que foram tratados ao longo da vida.
Falarei de nossos cães que com a evolução da Medicina Veterinária tem vivido mais do que o habitual. Cães que há 30 anos atrás morriam de "tristeza", hoje, sabemos que a morte é do coração, tumor, insuficiência renal e etc pela própria facilidade dos meios diagnósticos, exames laboratoriais , ultra-som, tomográfico e outros exames.
O melhor é prevenir e para isso passarei algumas dicas dentro na minha experiência clínica e conceitos pessoas que podem até ir contra algumas opiniões fomentadas por multinacionais do ramo de animais de estimação. Siga, e garanto que seu fiel amigo terá uma vida saudável na velhice.
Alimentação: Compre a melhor ração que seu orçamento comporte. Nunca se esqueça que ele é um carnívoro que na selva come primeiramente as vísceras dos herbívoros, inclusive seu conteúdo. Assim sendo uma complementação de carne e frutas é aceita, sempre com bom senso.
Controle de vermes/pulgas/carrapatos : Seguindo a concepção da indústria médica veterinária, deveríamos usar, mensalmente, remédios como forma profilática. Sou totalmente contra. Só uso estes remédios quando há necessidade, seja pela presença de ectoparasitos (pulgas, carrapatos) ou pelo exame parasitológico positivo. Não sabemos se o uso contínuo destas drogas podem causar mal à saúde de nossos animais. A quantidade de cães com câncer está muito alta em comparação há poucos anos atrás. Olha que estou formado deste 1992 e comecei a fazer estágio em 1987. Portanto minha casuística já é de 22 anos. Não posso afirmar se há uma razão direta ou simplesmente se deva à melhoria dos meios diagnósticos, mas na dúvida só uso vermífugo quando necessário e dou preferência aos fitoterápicos para controle de pulgas e carrapatos.
Banhos: Quanto menos banho, melhor, proibido perfume, jamais água quente preferencialmente shampú neutro de cachorro, pois o PH do cão é diferenciado em relação aos humanos. Escovar é tão ou mais importante do que dar banhos.
Exames de sangue: Até seis anos faça, pelo menos, um hemograma por ano para avaliar as plaquetas e presença de hematozoário (doença do carrapato). Depois avaliar também a função renal, glicose e hepática.
Evitar obesidade: Além de sobrecarregar a coluna e articulações pode predispor o animal aos diabetes por sobrecarga do pâncreas. Caso o cão não emagreça com rações "light" pode ser indicativo de problemas na tireóide. Tudo tem jeito desde que diagnosticado precocemente, portanto mantenham contato com seu veterinário pelo menos de 6 em 6 meses.
Dentes com tártaro: Hoje, tenho consciência que não é só por desleixo dos donos. Tem um fator predisponente genético. Basta reparar os vira-latas da rua com dentes perfeitos e os nossos de casa com mau hálito, pois estão cheios de tártaro independente de alimentação adequada e escovar os dentes, quando possível. Com a limpeza do tártaro diminuiremos a possibilidade de uma endocardite bacteriana ou mesmo insuficiência renal.
Vacinação: não é luxo, é necessidade. Dependendo do local onde mora, temos que fazer, além da vacina polivalente e raiva anual, deve-se vacinar, também contra leptospirose de 6 em 6 meses.
Passeios: sempre passeio com seu cão. Muitos cães se coçam por fundo emocional. Tire-o do apartamento pelo menos duas vezes por dia para dar uma volta no quarteirão. Ele ficará mais feliz, menos latidos e você, o dono, mais esbelto.
Claro que a saúde do seu cão se deve a 70% de nossas atitudes ao longo da vida, mas 30% é genético.
Tenho
atendido alguns casos de cães afetados com esta bactéria e o
prognóstico é péssimo, dependendo do sorovar da bactéria que causa a
leptospirose.
A contaminação, é bom esclarecer, se dá por contato da urina de rato
contaminado. Estes roedores tem por hábito urinar na ração dos cães
após come-las. Portanto para evitar isto é recomendável retirar os
potes de ração à noite.
Gostaria de alertar aos leitores desta coluna que a Vacina Polivalente só
protege os cães contra esta doença por 6 meses. Em áreas com grande
incidência da doença tem-se que vacinar contra a Lepstopirose após 6
meses da polivalente para seu cão ficar totalmente seguro.
99% dos cães que atendi com lepstopiorose não eram vacinados mas este
ano atendi uma labradora que mesmo vacinada adquiriu a doença e morreu de
insuficiência renal aguda causada pela doença.
Hoje, existem diversas vacinas no mercado e elas oferecem uma proteção
cada vez maior contra os diferentes sorotipos de lepstopirose.
Quanto mais completo melhor (experiência própria). Fora tudo isso, é
uma zoonose e toda a família exposta deve procurar um médico para tomar
as devidas precauções já que é uma doença seríssima.