Chips para Animais |
Cães
da periferia de Curitiba terão prioridade. Proprietários vão pagar R$ 10 pela
instalação, que custa cerca de R$ 100 nas clínicas veterinárias
Ao custo de R$ 240 mil, a prefeitura de Curitiba vai instalar chips de
identificação em 22 mil cachorros. A iniciativa faz parte da Rede de Defesa e
Proteção Animal, que além do Sistema de Informações e Identificação Animal,
desenvolverá também campanhas de conscientização sobre a guarda responsável de
animais. As iniciativas partirão de três convênios entre a Secretaria Municipal
de Saúde, o departamento de Medicina Veterinária da Universidade Federal do
Paraná (UFPR), o Conselho Regional de Medicina Veterinária (CRMV) e a Associação
Nacional de Clínicas Veterinárias de Pequenos Animais (Anclivepa).
Os chips, o aplicador e o equipamento para ler os dados serão adquiridos pela
prefeitura em regime de registro de preço – comprados todos de uma vez por
licitação e disponibilizados conforme a necessidade. O projeto também vai contar
com um ônibus da UFPR capacitado para fazer esterilizações de cães e gatos em
bairros mais pobres. O ônibus também será usado para ações educativas
relacionadas à guarda responsável.
A aplicação será gratuita, sendo cobrado apenas o valor de custo do chip, cerca
de R$ 10 – o preço nas clínicas veterinárias gira em torno de R$ 100. ''O preço
é alto porque é muito difícil um proprietário de cão registrar o animal, há
pouca procura'', explica o coordenador da rede, Marcos Traad.
Constarão no chip o nome do animal, idade, sexo e as condições de saúde. ''O
animal identificado gera muito mais segurança. Se ele fugir ou se perder do
dono, será encontrado com mais facilidade'', afirma Traad.
Periferia
Inicialmente, os chips serão disponibilizados a proprietários de cães que
queiram registrar seus animais de forma voluntária. Entretanto, a prefeitura
levará a aplicação à periferia, onde está a maior parte dos cachorros com acesso
à rua. ''Estamos estudando de que forma isso será feito, mas será envolvendo a
comunidade em trabalhos sociais. Uma possibilidade é trocar o chip por lixo
reciclável'', aponta Traad.
Para o médico veterinário Alexander Welker Biondo, professor da cadeira de
Zoonozes da UFPR, fazer esse registro e orientar a população dos bairros mais
distantes sobre a guarda responsável é essencial. Biondo explica que dos cães
que estão nas ruas, 90% têm dono. São os cães semidomiciliados: dormem na
residência, mas passam o dia na rua. ''Esse é o cachorro que causa mais
problema, porque ele ataca pessoas e outros animais para defender seu
território. Já o cachorro sem dono evita o contato com o ser humano'' xplica o
professor da UFPR.
Por ano, a Secretaria Municipal de Saúde notifica 6 mil casos de mordeduras de
cachorros em Curitiba. Os cães podem transmitir 80 tipos de doenças ao homem.
Fonte: Jornal Gazeta do Povo